*Novas Tecnologias: Desafio ao mercado de trabalho

O Emprego e o Desafio das Novas Tecnologias

O rápido avanço da tecnologia em todos os domínios da actividade económica vem suscitar novas questões e colocar também novos desafios à nossa geração.

Para além das implicações no quotidiano das sociedades, pelo ritmo constante e incontível da evolução da tecnologia e as novas e múltiplas facetas da sua aplicação, estas repercutem-se também, no mundo do trabalho, sobretudo no que se refere à dinâmica que introduz, às alterações estruturais que ocasiona e aos reflexos ao nível da incidência no mercado de trabalho e no emprego.

De forma mais ou menos abrupta, as designadas novas tecnologias (NT) aí estão, a provocar alterações radicais na estrutura empresarial, nos métodos de trabalho, nos recursos humanos, nos fluxos de emprego, e o debate suscita-se, surgem opiniões mais ou menos polémicas, sobretudo em torno da questão: Serão ou não as novas tecnologias geradoras de emprego?

É exactamente no sentido de delinearmos alguns elementos conducentes a uma forma de resposta a tal interpelação que aqui nos propomos discorrer sobre este tema, a um tempo aliciante e motivador, mas também complexo.

Urge, assim, abordar o assunto e avaliar todo um conjunto de aspectos que lhe são inerentes, sobretudo no plano da inventariação e referência de dados adquiridos.

Cremos apresentar deste modo, um contributo para o pensar colectivo desta problemática,onde as concepções se dividem. É tempo de nos prepararmos para o impacte crescente e inexorável das novas tecnologias e apercebermo-nos, em tempo útil, das suas possíveis

implicações em termos de trabalho e emprego e, advertidos e conscientes, poderemos vencer os confrontos ou minimizarmos os possíveis problemas.

O desafio tecnológico

Face ao desafio das novas tecnologias, três atitudes são assumidas:

- uma de aceitação sem reservas;

- outra de rejeição por princípio, embora aceitando-a nos mínimos tidos por benéficos;

e outra de aceitação condicional, sem optimismos excessivos nem pessimismos alarmistas.

É evidente que nos nossos dias a rejeição total dos avanços tecnológicos e do universo das suas aplicações é contraproducente.

A reacção não pode ser idêntica à processada aquando da Revolução Industrial do séc.XIX, pois é pacífico aceitar-se os efeitos das múltiplas aplicações que permitem a melhoria da qualidade de vida e de trabalho, já que a tecnologia, se introduzida de forma adequada,contribui, nomeadamente, para a dignificação do trabalho. A tecnologia é um instrumento do progresso e não é em si, boa ou má, a sua utilização e os benefícios ou malefícios daí decorrentes é que caracterizarão e avaliarão do seu mérito em prol do Homem.

As mudanças tecnológicas compreendem «grosso modo» as diferentes modificações introduzidas nos equipamentos - nomeadamente na máquina e no material informático - e que modificam a produtividade e a eficácia das operações, alterando também, o modo de produzir e de

trabalhar.

As novas tecnologias englobam assim, todas as inovações ao nível da automatização, da robótica, da informática, da micro electrónica, transformando os modos de produção, a informação, as telecomunicações, a prestação de serviços, enfim, o que se designa por revolução

tecnológica.

No que se refere às implicações da tecnologia no emprego, há que atentar no facto de, em princípio, os meios de inovação tecnológica visarem racionalizar os processos de trabalho e permitir formas de produção e informação mais operacionais e com ritmos de resposta e

produtividade, incomparáveis ao trabalho humano, o que equivalerá a dizer que, tendencialmente suprime emprego, reduzindo determinados postos de trabalho, sobretudo nas actividades com incorporação elevada de mão-de-obra. Todavia, se por um lado e em situações concretas, tal se verifica ou, noutros casos, as novas tecnologias exigirão menos apoio humano (menos postos de trabalho) é também admitido que se geram novos postos de trabalho, desta feita, para corresponder às novas exigências.

É difícil quantificar o saldo entre as perdas e os ganhos de emprego no contexto das alterações tecnológicas bem como avaliar as suas implicações na estrutura laboral, pois que tal depende da conjuntura, do tipo de actividade e sobretudo da preparação para o impacte e para as novas e crescentes exigências e do teor das políticas económicas e sociais adoptadas.

A revolução tecnológica é inevitável e as mudanças e adaptações consequentes exigem um processo de preparação e de formação profissional que habilite os actuais e futuros trabalhadores para as novas exigências, o que sobreleva a importância crescente da formação escolar adequada e da necessidade de formação e reciclagem profissionais.

É um dado que se as novas tecnologias suprimirão postos de trabalho tradicionais, irão, por outro lado, em menor ou maior medida, criar empregos diferentes, mais qualificados, nomeadamente na área da operação e programação dos equipamentos, no seu fabrico, assistência e

manutenção. Segundo relatório da OCDE (1981) é previsível uma evolução e não necessariamente uma diminuição de emprego, face ao impacte das novas tecnologias. As elevadas taxas de desemprego actuais, não podem ser imputáveis, em primeira instância, aos efeitos das novas tecnologias, mas devem ser considerados outros factores, tais como a recessão económica, os problemas no comércio internacional e ao aumento acrescido da mão-de-obra.

Contudo, a OCDE não subestima o desafio e as consequências das novas tecnologias, sublinhando a necessidade dum ensino adaptado às novas realidades e o apoio aos sectores profissionais mais vulneráveis, ou seja, os jovens, as mulheres, os idosos e os trabalhadores

migrantes.

No âmbito da CEE, o Comité permanente do Emprego, num relatório sobre «os efeitos sobre o emprego, as condições de trabalho, a formação e a informação», aponta para a necessidade de ser enfrentado o desafio das novas tecnologias, estabelecendo como vectores da estratégia

social comunitária:

- ter em conta que o emprego será, num primeiro tempo, afectado pelas novas tecnologias,

mas que o efeito será positivo a longo prazo;

- a necessidade de ser assegurada uma educação/formação adequadas, a partir da gestão previsional do emprego;

- melhoria das condições de vida e do trabalho, com o recurso aos novos equipamentos;

- associações dos trabalhadores à introdução das novas tecnologias.

O referido Comité reconheceu o carácter inelutável da introdução das novas tecnologias, como factor de reforço da competitividade das empresas europeias e contributo para o crescimento económico, na perspectiva de assim, utilizando adequadamente as potencialidades

oferecidas pelas inovações tecnológicas e com o recurso ao reforço do investimento, poderem ser criadas as condições de melhoria do emprego e das condições de trabalho, possibilitando a satisfação profissional dos trabalhadores, a redução do tempo de trabalho, a baixa de preços, o aumento do rendimento e a consequente criação de novos empregos, face à competitividade

acrescida.

No âmbito da CEE, têm sido introduzidos diversos programas que pretendem corresponder às necessidades crescentes e preocupantes do mercado de trabalho e de emprego e a sua adequação face ao avanço das novas tecnologias e aos problemas daí advenientes no campo

social.

Entre esses, o programa «Esprit», assenta a sua acção de estratégia, na pesquisa e desenvolvimento relativo às tecnologias da informação, com vista à criação dum potencial industrial europeu nesse domínio, já que as novas tecnologias da informação poderão potenciar a

criação de emprego.

As novas tecnologias judiciosamente aplicadas, provam ser benéficas, pois podem na área do trabalho, suprimir tarefas perigosas, nocivas, rotineiras. A máquina vai cada vez mais substituindo o Homem nos trabalhos árduos, penosos e arriscados e isso representa uma aplicação

positiva da tecnologia, libertando o trabalhador para tarefas mais dignas, criativas, com maior grau de satisfação e realização.

A posição dos parceiros sociais

As grandes implicações na área do trabalho e do emprego decorrentes das mutações tecnológicas, incidem substancialmente na mão-de-obra no volume de emprego, pelo que, os trabalhadores, através das suas associações sindicais, vêm assumindo posições sobre o assunto com receio de serem afectados pela Introdução das novas tecnologias. Tais posições ou são de rejeição ou de denúncia dos aspectos negativos, ou de exigência de factores de controlo, a fim de serem evitadas as perdas de emprego que antevêem.

Na generalidade, o movimento sindical tem aceite a introdução das novas tecnologias, preocupando-se fundamentalmente com a previsão, acompanhamento e atenuação dos seus efeitos negativos. Para estes, a questão não é a opção ou não pelas novas tecnologias, mas a sua adequada e judiciosa aplicação, com as garantias possíveis para minimizar ou evitar o choque no mundo do

trabalho, quer em termos colectivos, quer individuais.

Alguns sindicalistas, sublinham o facto de que, desde que o Homem trabalha por conta de outrem, os empregadores sempre têm introduzido modificações e inovações nos equipamentos, constituindo isso a marcha do progresso, com aspectos negativos e positivos.

A era da informática terá, segundo estes, benefícios e os seus abusos e seus tipos de exploração, como ocorreu na revolução industrial, mas isso não convalida qualquer rejeição absoluta das novas tecnologias.

Deste modo, o movimento sindical caracteriza as suas posições em dois níveis:

- defensivo (na defesa do emprego)

- ofensivo (na procura de controlo de investimento e na aplicação das novas tecnologias).

A maioria das centrais sindicais europeias, considera que as novas tecnologias, colocando problemas novos e complexos, exigem respostas adequadas, centradas no respeito dos trabalhadores e dos seus direitos. A tecnologia pode ter aplicações benéficas, quando elimina

trabalhos difíceis, perigosos, nocivos e desumanos, devolvendo ao trabalhador outra dignidade, na execução de tarefas mais criativas.

Entre os novos riscos associados às novas tecnologias, além da perda de emprego, os

sindicatos vêm destacando os seguintes:

- o «stress»

- o controlo mais acentuado exercido sobre o trabalhador

- os ritmos de trabalho mais intensos

- radiação dos ecrãs de visualização

No que se refere à posição do movimento sindical sobre a repercussão das novas tecnologias sobre o emprego, a Federação Sindical Mundial (FSM) entende que ocorrerá a polarização da mão-de-obra entre dois níveis de qualificação trabalhadores qualificados e

altamente qualificados - com implicações em perdas de emprego, sobretudo nas mulheres, jovens e idosos, privando de emprego os que não possuam qualificações.

Em termos sectoriais, entende a FSM, que quer os trabalhadores das actividadesmanufactureiras quer dos escritórios e do comércio a retalho, serão afectados pelo progresso tecnológico.

Por seu turno, a Confederação Internacional dos Sindicatos Livres (CISL), em relatório sobre o assunto, entende também, que os empregados de escritório serão bastante afectados pelas inovações tecnológicas, uma vez que as mutações impõem a substituição dos escritórios e serviços com forte componente de mão-de-obra por sistemas de forte densidade de capital (equipamento informático) o que originará a supressão de postos de trabalho, sem a correspondente compensação, pois apenas serão criados empregos em áreas especializadas. Por parte dos empregadores, a adopção das novas tecnologias corresponde a uma resposta de sobrevivência, face à concorrência, uma opção face às exigências do aumento da produtividade e à procura de custos mais baixos.

A revolução tecnológica é, por assim dizer, inevitável e as mudanças e adaptações constituem a condição indispensável à própria manutenção da competitividade das empresas.

Afirmam ainda que sendo a produtividade aumentada substancialmente com o apoio das novas tecnologias - hoje, em algumas indústrias com tecnologia, uma equipa de três homens produz o que outrora, produziam trinta - a competitividade nacional e internacional aumenta, evitando-se deste modo, a falência de muitas empresas e consequentemente maiores perdas de emprego.

Alegam estes que entre encerrar uma empresa e competir com o recurso às NT, esta terá de ser a opção, pese o eventual risco de redução de alguns postos de trabalho, tornados excedentários, serão contudo criados novos e diferentes empregos.

As grandes áreas de mutação

As novas tecnologias participam, hoje e cada vez mais, nas tarefas mais elementares do nosso quotidiano e o seu sentido de inovação ultrapassa todas as previsões.

A incorporação de tecnologia em todos os equipamentos e o surgimento contínuo e acelarado de inovações, vem mudar radicalmente o modo de produção, a vida da sociedade e a de cada cidadão. A robótica cresce e diversifica a sua implantação, prevendo-se o aumento

significativo do parque de robots no próximo decénio.

A automatização tem progredido que chega hoje a concorrer com os salários mais baixos, pois permite ritmos de produção intensos, diminuindo os custos de produção.

A micro electrónica constitui uma mudança e avanço tecnológico surpreendente e com inúmeras aplicações.

A informática prolifera em todos os ramos de actividade e o microcomputador torna-a

acessível a qualquer cidadão.

O avanço da tecnologia é incessante e as próprias universidades dão o seu apoio, em acções coordenadas com empresas, desenvolvendo trabalhos de investigação e pesquisa em vários domínios, nomeadamente na micro electrónica, na automatização, na robótica, na inteligência

artificial, contribuindo assim, para a formação prática e técnica dos futuros quadros.

Aplicações sectoriais

Em todos os sectores, as novas tecnologias conquistam o seu espaço, alteram os hábitos e o sistema de produção e de trabalho, simplificam e facilitam operações com reflexos no volume de emprego.

Sectores até à data pouco automatizados, como o comércio, começaram já a introduzir tecnologia, com o recurso aos leitores de laser (código de barras) permitindo a leitura automática e o controlo de stocks e futuramente a ligação aos computadores dos bancos permitirá, desde logo, o débito das compras dos clientes; transformações que poderão ter incidências na mão-de-obra existente.

A banca, por seu turno, é no sector terciário, uma das áreas onde a automatização é mais visível, simplificando inúmeras operações e prevendo-se importantes inovações neste campo nos próximos anos, exigindo adaptações nos quadros de pessoal actuais e a supressão de postos de trabalho, embora as novas exigências suscitem também novos empregos.

O recurso crescente à informatização, a dotação de guichets automáticos, a prestação de serviços em moldes diferentes e simplificados, a proliferação de cartões de crédito, as operações nos postos de venda, os pagamentos electrónicos, terão decerto consequências no emprego.

O teletrabalho

Num dos cenários previsíveis do futuro próximo, no que se refere às relações laborais, face ao avanço das tecnologias, será o acentuar do recurso ao trabalho prestado no domicílio, desta feita em novos moldes e em tarefas diferentes das tradicionais.

Assim, numerosos serão os que poderão exercer a sua profissão em casa, com apoio das redes de telecomunicações e informação.

O teletrabalho designa o trabalho executado fora do lugar de trabalho principal, feito com o apoio de equipamento telemático (informática associada a uma rede de telecomunicações).

Em relação a este, são apresentadas como vantagens para o trabalhador: - supressão das perdas de tempo e custos com as deslocações; proporciona aos seus executantes integração no seu meio familiar; disponibilidade do tempo de trabalho. Para o empregador, reduz os custos, permite o recurso a trabalhadores independentes, não pagamento de trabalho suplementar e exige menos

pessoal.

Este tipo de trabalho é viável nomeadamente nas áreas de tratamento informático (operadores de dados, programação, analista programador), secretariado, contabilidade, esteno-dactilografia, existindo já múltiplas experiências deste trabalho em diversos países.

O teletrabalho, contudo, não parece surgir fundamentalmente como factor gerador de novos empregos, mas de deslocação de alguns existentes, embora as suas virtualidades e potencialidades, possam não estar ainda devidamente reveladas neste aspecto.

Sociologia do trabalho e as novas tecnologias

Hoje em dia, um dos campos de actuação da sociologia do trabalho é a investigação, pesquisa e análise dos problemas com que se defronta o mundo do trabalho, face às diversas mutações tecnológicas e aos seus reflexos no domínio das relações de trabalho, quer em termos

colectivos, quer individuais.

As novas tecnologias alteram profundamente o ciclo das relações humanas na empresa, criam novas exigências e novos problemas de adaptação, acentuam a componente «máquina» nessa relação; todo o sistema envolvente é condicionado por essa componente e impera de certa forma o determinismo tecnológico na organização do trabalho. No emprego, suscita exigência de novas aptidões, confronta os novos profissionais com sistemas de competição e selecção exigentes, condiciona o tipo de oferta de postos de trabalho a qualificações específicas, à posse de conhecimentos especializados.

A introdução da tecnologia exige, doseamento e sensatez, sem se ignorar a humanização no processo, sem se esquecer que a «máquina» deve servir o Homem e corresponder às necessidades sociais.

O sonho de alguns, da empresa automatizada e sem trabalhadores é absurdo e ilógico.

O progresso técnico tem de estar ao serviço do Homem e só nessa base tudo terá sentido e manter-se-á o equilíbrio e a harmonização imprescindíveis à vida económica e social.

Conclusões

O desafio das novas tecnologias aí está.

As opiniões são diversas, as experiências e previsões também. O futuro poderá e deverá ser promissor se forem adoptadas as soluções convenientes, mau grado as visões mais pessimistas ou excessivamente optimistas sobre os efeitos das tecnologias sobre o emprego.

Mais emprego? Mais desemprego?

O problema é real e urge assumi-lo sem dramatismos nem euforias despropositadas, mas sensatamente prevenir e evitar a eclosão de fenómenos negativos, para o que, em primeira medida, há que dotar a juventude e os actuais profissionais de formação adequada que os habilite a enfrentarem as novas exigências.

Todo o investimento a ser feito na criatividade, no estímulo à investigação, à melhoria e adequação dos currículos escolares e metodogia de ensino, será profícuo.

O ajustamento necessário da escola às solicitações da vida prática, do hoje e do amanhã, a formação visando a realidade e o futuro, serão, decerto, óptimas defesas contra todos os imponderáveis. No domínio das relações laborais, as mutações tecnológicas deverão obedecer a

critérios de informação, com diálogo e com responsabilização de todos os intervenientes, na procura das soluções convenientes, a fim de se evitarem desajustamentos e conflitos de rejeição,procurando dentro do razoável, preservar o emprego e os direitos e expectativas dos trabalhadores.

Finalmente, entendemos que não é fácil, em rigor, avaliar a incidência quantitativa das novas tecnologias no emprego e mesmo a própria Organização Internacional do Trabalho, não apresenta previsões peremptórias, pois que existem condicionantes incontroláveis, como a própria

evolução das inovações tecnológicas, as potencialidades a longo prazo dessa evolução e a capacidade do controle e adequação do progresso técnico. Contudo, a realidade exige ponderação,pois indicia grandes transformações, com efeitos tendencialmente negativos do domínio do

emprego, sobretudo se não houver preparação para o impacte. Assim, em síntese, a situação será esta: regista-se a perda de determinados postos de trabalho tradicionais, com maior ou menor volume, e verifica-se, por outro lado, a criação de novos empregos, de conteúdo mais qualificado.

Por isso, a questão centra-se em saber se o saldo entre as alegadas perdas e os eventuais ganhos de emprego, será ou não positivo, ou seja, se os empregos gerados pela introdução das novas tecnologias compensarão as perdas que inevitavelmente ocorrerão e mais que isso se

absorverão também a normal procura de emprego?

Entendemos que a resposta não pode ser simplista. Dependerá, em rigor, de vários factores, nomeadamente da eficácia e de adequação das políticas económicas e sociais adoptadas, da preparação e formação escolar e profissional, da evolução da economia, do empenhamento dos

parceiros sociais e da ponderação e racionalidade nos critérios de introdução das inovações tecnológicas.

É este um dos grandes desafios do nosso tempo, no fundo, o desafio constante em cada ciclo de desenvolvimento tecnológico, confronto incontornável, que implica saber enfrentá-lo .

*Rui Gonçalves da Silva