* CROÁCIA : Dubrovnik
CROÁCIA
As lembranças que tinha da CROÁCIA, advinham da memória do conflito relativamente recente da Guerra dos Balcãs, embora já tenha decorrido quase vinte anos, mas nesta turbilhão do tempo, na velocidade com que tudo acontece, parece mesmo, acontecimentos de ontem, tal o impacto, as imagens de horror, num conflito impensável nos nossos dias, numa luta de filhos da mesma terra, cidadãos da ex-Jugoslávia.
Com essa curiosidade anui a esta possibilidade de férias, para um circuito marcado por esse passado, única opção no espaço do calendário aprazado das minhas férias, desta vez em Julho.
Andei a ler vária documentação sobre o País e envolventes, também a Eslovénia e o Montenegro, destinos deste circuito.
E, confesso, foi descobrindo pontos de interesse. E nesse misto de incerteza e de expectativa parti, de Lisboa num voo para Dubrovnic, ao que soube, numas primeiras viagens desta nova linha directa.
Hoje, uma semana depois de ter concluído essa incursão pela CROÁCIA, retenho uma imagem positiva, o descobrir uma nova realidade, com particularidades, num misto de País agradável de veraneio, pela imensa costa no Adriático, recortada por praias e o tons surpreendentes dessas águas mornas, pelas ilhas, pelos verdes, mas também de umaPaís profundo nos seus mistérios e encantos, dos sinais ainda visíveis da Guerra, sobretudo em algumas zonas rurais, pela atmosfera que a imaginação criava, no fluir dessas memórias de conflitos, perseguições e mortes e uma atmosfera de quietude e esperança, no sorriso das suas gentes, que não suponha, as mesmas dessas atrocidades.
DUBROVNIC, quer na cidadela muralhada, nas suas ruelas e na baía, quer na parte nova, com o seu ar turístico e calmo, com o mar sempre presente, indo para Norte, até SPLIT, cidade centrada nas memórias Julianas, do Palácio do Imperador, até ao parque natural de PLITVICE, com águas cristalinas e verde, as grutas de POSTNOV, profundas, imensas e colossais, passando pela quietude de OPATIJE, uma localidade de veraneio, com requinte, arte e a suas praias, e o olhar pelas zonas rurais, os vales de cultivo, os rios, até Zagrebe, capital mais austera, com a marca de alguma imponência decadente das cidades clássicas da Europa Oriental.
O meu registo apenas dá conta do meu sentir, no plano das emoções, de viajante atento, para além da geografia dos lugares e isso leva-me a sintetizar, sobre a CROÁCIA, uma ideia de encontro com um lado diferente do Mundo, um País que pressinto a renascer, ainda adormecido, com enigmas, um misto de motivações, visão que permite o olhar para outros modos de viver e de ser e a sensação de que é sempre grato conhecer esses mundos, para compreender melhor a vida.